[aulas de TEATRO DE ANIMAÇÃO EM
CAIXAS - professores: Aníbal Pacha e Fernando]
*Projeto de Extensão “Teatro das Coisas – reaproveitamento material e imaterial do mundo”, coordenação: Profº Aníbal Pacha/ ETDUFPA.
Cheguei atrasada na aula passada e
assim que pisei em sala avisei logo Aníbal de que eu estava ainda mais dispersa
do que na aula anterior... acho que eles perceberam que me bombardeando de
perguntas apenas iriam superativar meu lado racional e lógico, dificultando eu
entrar em sintonia com eles (como aconteceu na aula passada); então eles apenas
mencionaram o procedimento que eu deveria ter em relação ao desenvolvimento da
dramaturgia. Essa clareza das ideias me levou naturalmente ao estado de jogo
com eles e a turma, sem maiores esforços.
Estou (por hora) meio que limpando
e arrumando o sótão... jogando fora o que não preciso mais. Estou dispersa
devido aos períodos meditativos aos quais me dedico plena e profundamente
atualmente, e minha dispersão nada mais é do que minhas portas e janelas
escancaradas com a luz invadindo. Estou como um dia no campo cheio de
ventanias, luz do sol, passarinhos, verde, brandura, leveza... uma criança feliz correndo livre nos
Campos do Senhor; e por isso não me policio muito como de costume. Não estou pensando
tanto por esses dias. Abraço tudo sem distinção. Esse aspecto interior me
ajudou a entrar logo em ‘estado de jogo’ com os professores e a turma, e juntei
o quebra-cabeças que Aníbal e Fernando se esforçaram a me explicar na aula
anterior; a Doxa foi semeada, enfim.
Confesso que nem fiquei tão feliz
assim pela compreensão deste ultimo passo do método. Pois, tanto eu quanto as
outras integrantes da turma entramos em crise (já não bastavam minhas constantes
crises existenciais...). O que eu achava difícil no inicio do processo, ficou
ainda pior. Quem sou eu dentro da dramaturgia que eu desenvolvi? Que personagem
de ligação eu dou ‘passagem’ agora? Em meio a esta crise de identidade momentânea,
entretanto, alcancei a resposta para minha duvida fomentada na aula passada:
sim, eu posso sair do meu roteiro cênico para anexar um elemento de ligação dramatúrgica
ao meu projeto. Mas e aí? Quem sou eu nessa representação? Uma das alunas se
encontrou, eu e as demais ainda estamos buscando esse hiato.
Eis nosso ‘dever de casa’ para as próximas
aulas que serão aos domingos, (para entrarmos nas fases de abordagem; imersão;
e despedida com o público). Quem é artista sabe que há períodos que não temos
mais família, nem final de semana ou feriados; existe apenas o ‘Fogo Palco’. A dedicação,
disciplina e estudo são um sacerdócio para o ator/atriz/bailarino(a). São nossas raízes que o publico não vê, pois sempre
oferecemos nossas flores mais belas. “Todo artista deve ir onde o povo está...”
Katiuscia de Sá
14 de Setembro de 2013, 03:02h.
*ouvindo na madrugada “Tempo
Perdido” – Legião Urbana.
*Fotos do processo de papietagem de meu suporte em caixa, assistido de perto pelo profº Aníbal.
*Fotos do processo de papietagem de meu suporte em caixa, assistido de perto pelo profº Aníbal.
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