sexta-feira, 13 de setembro de 2013

DIÁRIO DE ATIVIDADES – V

[aulas de TEATRO DE ANIMAÇÃO EM CAIXAS - professores: Aníbal Pacha e Fernando]
*Projeto de Extensão “Teatro das Coisas – reaproveitamento material e imaterial do mundo”, coordenação: Profº Aníbal Pacha/ ETDUFPA.







Dando prosseguimento ao Diário de Atividades nos solicitado pelo professor Aníbal, para registro de todo nosso processo pessoal de aprendizagem nas aulas de Teatro de Animação em Caixas, relato que após me recuperar de meus dois dias à deriva de um esgotamento psicofísico (por conta de acumulo de outras atividades fora essas aulas), minha estafa mental me deu uma trégua... meu rendimento na aula de hoje foi satisfatório. Ainda não estou 100%, mas já bem melhor do que eu estive de sábado passado até o ápice de segunda-feira, quando eu achei que ia mesmo apagar... esse foi meu quarto esgotamento mental que tive ao longo de oito anos de minhas atividades artísticas. Eu sempre vou até meu limite, acho que é um traço pessoal. Enquanto posso caminhar, sigo adiante. Tenho certeza que o dia que eu partir dessa vida, eu estarei ou em cima de um palco, ou num Set de filmagem. Partirei feliz, ao menos!

A aula de hoje foi muito divertida! A turma ficou ocupada com atividades manuais. Confeccionamos uma parte da cenografia de nossas caixas. Estão surgindo trabalhos muito bonitos. Eu já imaginava que seriam, pois os textos produzidos pelas minhas colegas foram de grande qualidade, em minha opinião. Havia também uma formanda da Licenciatura Plena em Teatro (UFPA) entrevistando profº Fernando acerca do Teatro de Animação em Caixas, e depois ela ficou nos observando quase a aula toda para colher informações para seu TCC e também observar a condução de profº Aníbal.

Posso dizer que as primeiras aulas foram horrivelmente árduas, nos deixando confusas, pois tínhamos que compreender o método indutor, seguindo os seguintes passos:
1 – Tema e subtema;
2 – “imagens disparadoras”;
3 – redigir o texto-base para o roteiro teatral, a partir do passo (2);
4 – encontrar a essência do texto;
5 – transformar texto em imagens que falem ao publico;
6 – amarrar a dramaturgia através da composição cenográfica conforme as imagens do passo (5);

Após a aula fui ao cinema assistir “Sede de Paixões”, de Ingmar Bergman, mas o bravíssimo cineasta que me perdoe... saí da sessão após 40 minutos de seu filme, não suportei aqueles personagens neuróticos, mulheres idiotas, homens machistas e imbecis imersos em seus dramas passionais. Tenho profundo desprezo por esses joguinhos de gato e rato entre homens e mulheres. Não alimento isso na vida real, que dirá no cinema. Gente atormentada movida por paixões desenfreadas, levando suas vidas para o buraco... nem na ficção! Recupero-me bem de meu esgotamento, e retornei ao meu estado original: meu cérebro reina em absoluto novamente como um lindo sol de verão num céu nordestino, e aquele feitiço sentimental apartou-se de mim...

Graças a Deus raciocino novamente e assimilo a vida bem claramente (como eu gosto e prefiro). O filme que fui assistir ontem ("Srta. Julia", de Alf Sjöberg) eu ainda consegui digerir, mas a muito contragosto, pois o tema também girava em torno de crises passionais... e essa repulsa é sinal de que me recupero bem de meu esgotamento mental. Não desmerecendo os filmes citados, que indubitavelmente são obras-primas da Sétima Arte, mas o enredo deles é que me desagrada e acho enfadonho, esse tipo de trama gera-me desinteresse. Hoje fui assistir o filme de Bergman, pois o próprio professor nos indicou as obras desse cineasta para nosso exercício de leitura de imagens visando ajudar no desenvolvimento do olhar para o processo de dramaturgia em Teatro de Animação em Caixa; pois Ingmar Bergman é um dos mestres do minimalismo conceitual utilizando imagens. Mas não deu pra eu assistir “Sede de Paixões”, talvez outro filme com tema menos passional desse mesmo cineasta, eu consiga assistir...

O importante é que todos na turma estamos agora no processo mais divertido da dramaturgia. Eu me sinto muito feliz, pois nossos diálogos estão surgindo em forma de imagens, através de um processo totalmente consciente. Eu posso dizer que consegui compreender o caminho que forma o inteligível da obra, por um meio bem racional e não solto, ao bel prazer da inspiração, para este processo de Teatro de Animação em Caixa, especificamente. Como disse Aníbal pra mim nas aulas anteriores: “tu agora vais estar de posse de outra ferramenta, que tu podes agregar a teu próprio processo criativo. Com o tempo tu mesma vai saber adequar o que tu aprendes agora às tuas necessidades enquanto processo criativo, de repente, em outras coisas”.


Katiuscia de Sá
04 de Setembro de 2013, 23:04H.
*ouvindo (a melodia linda demais) da música: “Getting Away With It” (Eletronic  & Pet Shop Boys).


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