sexta-feira, 13 de setembro de 2013

DIÁRIO DE ATIVIDADES – III

[aulas de TEATRO DE ANIMAÇÃO EM CAIXAS - professores: Aníbal Pacha e Fernando]
*Projeto de Extensão “Teatro das Coisas – reaproveitamento material e imaterial do mundo”, coordenação: Profº Aníbal Pacha/ ETDUFPA.




Há três dias reviso minha dramaturgia. Não sai muito do lugar, aparentemente. Engraçado que está acontecendo dentro de meu processo de criação, algo semelhante o que acontecia anos atrás, no período quando eu aprendia Esperanto. Eu estou sonhando com as respostas para minhas interrogações acerca do caminho a percorrer dentro de meu roteiro cênico. Acho que aos poucos me aproximo dessa subjetividade muito delicada e sutil, que o método pede para se poder chegar à essência contida no roteiro cênico.

E acredito que por conta de meu consciente e subconsciente estarem unidos na mesma direção para essa compreensão, eu me sinto atualmente meio que sonambula, sei lá. Como se eu andasse em cima de um muro e de um lado eu enxergasse o concreto das coisas e do outro lado eu enxergasse a sutileza das coisas. Acho que entrei num outro estado. E ainda sinto como se minha mente estivesse completamente compartimentada, fragmentada. Por exemplo: eu penso em algo ou vivo o momento em si (o agora), mas se aparecer outra questão ou pensamento ou algo real relacionado comigo no mesmo instante, o que minha mente estava centrada ‘engaveta’ o que anteriormente eu me detinha e resolvo o que me veio e retorno imediatamente ao pensamento anterior. Antes vinha tudo-de-uma-vez-imediatamente-na-mesma-hora-ao-mesmo-tempo-agora. Percebo meus pensamentos mais organizadinhos, atualmente.

E segundo um dos princípios da Educação Somática, de que tudo está conectado... também atualmente estou às voltas novamente com a linguagem do audiovisual. E esta... realmente não é deste mundo! Sempre compreendi que (realizar) Cinema não é pra quem quer, é pra quem pode. Digo ‘pode’ porque é uma linguagem preferencialmente sensorial ao extremo. E por conta disso minha fala verbal encontra-se bloqueada em alguns momentos (porque a compreensão e via de acesso para o processo criativo do audiovisual se dá por outros caminhos que não é a mesmo da fala/oralidade, é quase uma transmissão de pensamentos (fazendo uma analogia, é claro).

Isso sempre acontece comigo quando estou às voltas com a linguagem do audiovisual. Minha fala verbal não é muito eficaz. Eu penso, compreendo e vejo tudo em imagens mentais e em altíssima velocidade na minha cabeça. Uma compreensão tão veloz que a fala não acompanha em hipótese alguma, então eu fico muda e/ou mais lenta na hora de explicar essas imagens através da oralidade; há muitas vezes que eu nem mesmo verbalizo nada, apenas interiorizo (e depois escrevo). Por isso que uma equipe de produção em audiovisual deve (primordialmente) estar em sintonia o máximo possível uns com os outros antes e durante o Set de filmagem, para fazer acontecer a 'passagem' do filme como obra que está sendo realizada/materializada. É algo mágico. Lindo! Lindo! Algo que emana de alma para alma em todos os envolvidos; por isso a felicidade dos componentes da equipe em contribuir para o nascimento de algo em comum. Fazer cinema é mágico. Sagrado.

Mas atualmente devido eu estar dividida entre: meu processo criativo dramatúrgico para o andamento de meu projeto de Teatro de Animação em Caixa; e também com o desenvolvimento de um roteiro em audiovisual, que deriva de uma adaptação literária... confesso que me sinto num País onde se fala quatro idiomas ao mesmo tempo e eu estou dialogando com os quatro também ao mesmo tempo. O interessante é que cada qual está respeitando o tempo do outro. Acredito que o exercício de observação que o professor nos mandou exercitar constantemente, está me auxiliando a colocar cada coisa no seu devido lugar.

Desde que eu entrei nesse caminho artístico não tive outra intenção, a não ser, desenvolver o máximo possível minhas potencialidades comunicativas, justamente para eu aprender a dialogar com o mundo e interagir melhor com as pessoas, pois sempre fui muito tímida e hermética. E graças a Deus, vou melhorando um pouquinho a cada dia, respeitando sempre meu ritmo.

Acredito que até a aula seguinte eu consiga apresentar ao professor um resultado satisfatório para alcançar o próximo passo dentro de meu projeto de Teatro de Animação em Caixa.


Katiuscia de Sá
31 de agosto de 2013, 14:43H.




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