sexta-feira, 13 de setembro de 2013

DIÁRIO DE ATIVIDADES – IV

[aulas de TEATRO DE ANIMAÇÃO EM CAIXAS - professores: Aníbal Pacha e Fernando]
*Projeto de Extensão “Teatro das Coisas – reaproveitamento material e imaterial do mundo”, coordenação: Profº Aníbal Pacha/ ETDUFPA.



Nas atividades de Teatro de Animação em Caixa de hoje, além de eu chegar na metade da aula e já ter perdido as explicações preliminares (mesmo já havendo avisado ao professor que me atrasaria), eu estava muito-inteiramente-completamente-intensamente-gravemente-superlativamente esgotada! Quase morta, aliás... tipo: apenas de corpo presente, pois minha mente pensante só desejava minha cama quentinha para fechar meus olhos e apagar de vez! E isso influenciou no meu rendimento na aula. De segunda-feira passada até hoje não tive trégua em minhas atividades. A semana foi puxada tanto nos estudos das aulas de Teatro de Animação, quanto para adaptação/escrita/reescrita/finalização/revisão de um roteiro cinematográfico que vinha trabalhando por esses dias em caráter de urgência. E hoje eu estou à beira de um esgotamento. Contudo, ao finalzinho da aula, consegui evoluir para o próximo passo do método ensinado pelo professor Aníbal.

Foi difícil a imersão. Muito difícil... Mas as metáforas visuais exigidas pelo professor foram chegando à medida que eu compreendia o porquê das perguntas acerca das escolhas dos elementos que gostaríamos que estivessem dentro da caixa. Elas comporão a cenografia e esta será o caminho para a dramaturgia visual acontecer. Realmente no finalzinho da aula, quando eu deixei de raciocinar (devido o cansaço intenso da semana que passou), o sol brilhou no céu da minha mente, e pude linkar tudo. Até falei pra turma sorrindo: “eh! Consegui evoluir hoje! Entendi...”. Realmente eu só consigo assimilar algo quando eu compreendo esse algo, mas se trata de uma compreensão mais profunda, idiossincrásica, uma relação comigo mesma. Esse novo dado se interioriza em mim, fazendo parte de mim, e por isso eu o assimilo e por consequência o compreendo. Torna-se meu, o aprendizado torna-se EU. (Educação Somática).

E também, hoje me senti estranha o dia todo, não pelo cansaço, mas por uma sensação que não sei bem descrever. Até comentei com um amigo hoje enquanto estive metade da tarde na casa dele, que eu me sentia como se estivesse me despedindo de algo, alguém ou lugar. Como se algo tivesse partido, como se um elo tivesse se rompido. Mas isso não me trazia melancolia e sim sentimento de liberdade. Como se eu pudesse antever que eu voaria pra muito longe... que eu visitaria lugares distantes, onde pessoas me aguardam. Era uma sensação que me intrigava, mas me confortava. Como se alguém ou lugar ou coisa que me prendia por me amar muito e me querer por perto, mas que não me compreendesse o suficiente para me fazer feliz, tivesse aberto as mãos e me deixado ir... e essa sensação acrescida ao cansaço, me deixaram deveras sensível hoje durante a maioria do tempo.

Estou esgotada! Parece que mesmo sendo caminhos diferentes para se desenvolver uma dramaturgia, o trabalho do ator sempre flerta com seus próprios limites corporais e mentais. Nunca me senti tão esgotada psicofisicamente quanto estou hoje. Mas estou muito feliz, pois o sol brilhou no céu da minha mente... e haverá inúmeros verões pela frente.


Katiuscia de Sá
02 de Setembro de 2013, 21:43H.




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