Projeto de Extensão “Teatro das Coisas – reaproveitamento material e
imaterial do mundo”, coordenação: Profº Aníbal Pacha/ ETDUFPA.
[da esquerda para direita: eu, Profº Aníbal Pacha e Camila]
Foram três meses de execução, dividindo no cronograma encontros no Atelier
do Casarão dos Bonecos In Bust, e cinco últimos encontros diretamente na rua
objetivando a pratica das etapas de ABORDAGEM | IMERSÃO | DESPEDIDA do método
estudado nas aulas que utiliza Imagens Disparadoras como indutor para produção
textual cênica.
As aulas teóricas e práticas (construção de nossos suportes cênicos)
eram orientadas pelo profº Aníbal Pacha (ETDUFPA), sob o auxilio de profº Msc.
Fernando (ETDUFPA); durante todas as etapas, os encontros tinham seu registro fotográfico
executado por ele, que também em muitos momentos acrescentava falas outras sobre
o método, com o aval de profº Aníbal.
Percebi que tanto para as alunas que foram até o final da oficina (algumas,
por motivos particulares, desistiram pelo caminho) quanto para profº Aníbal,
foi um exercício de adaptação. Para nós, a adaptação consistia em adentrar e
compreender esse viés cênico – de Teatro
de Animação em Caixas, através do método bem diferente e bastante criativo, embora
dificílimo de adentrar, das Imagens Disparadoras; a de Aníbal, em perceber como
ele poderia manifestar o conhecimento para diferentes maneiras de percepção que
as alunas esboçavam. A meu ver, as alunas que tiveram maiores embates foram
Evelyn e eu. Talvez mesmo a que mais se debateu tenha sido eu, devido inúmeras vezes
eu dispersar nas aulas e também perguntar em demasia, porque me interessava. Inclusive
li todo o livro que Aníbal nos indicou justamente para aprofundar melhor minha
compreensão sobre o assunto. A POSSIBILIDADE DO NOVO NO TEATRO DE ANIMAÇÃO de Henrique
Sitchin é muito bom, me diverti bastante lendo-o e fazendo alguns apontamentos
que pretendo em breve postar no meu blog de teatro.
Devido à dificuldade de adentrar e compreender o método sugerido por
Aníbal, exercitei também permanecer com a mente aberta como ele me orientava
sempre: “procure não engessar a ideia, percorra o caminho para compreender como
funciona. Depois tu utiliza isso como tu quiseres...”. Assim, procedi durante
as aulas teóricas e de formatação cênica. Particularmente essa foi a indicação
que eu mais gostei vindo da parte de Aníbal. Realmente ele é o professor mais
honesto que conheço. Isso fez toda a diferença!
Contudo, houve alguns momentos que eu cogitei desistir do curso, devido
a pequenos desentendimentos sensoriais entre a forma que Aníbal repassava o
conhecimento, que violentava um pouco minha sensibilidade. Entre mortos e
feridos nessa pequena guerra, venceu o Teatro, enfim. Depois de um tempo,
conseguimos entender-nos, e as coisas fluíam como tinha de acontecer, pois para
minha sorte Aníbal é bastante sensível e amorosamente justo com os alunos. Devido
a esses esbarrões eu percebi o quanto eu havia amadurecido no meu caminhar
teatral. Embora, acredite ainda haver (muitas) camadas que devo me despir para
seguir adiante na arte misteriosa e secreta do Ator. Minha domesticação do
espírito já é real, entretanto. E isso é bom para quem deseja jogar-se nesse
Fogo do Palco.
Mas percebo que muito além de atuar, o que me seduz mais é compreender e
traduzir essas camadas sobre a linguagem cênica para registrar e passar o
conhecimento adiante, pois procedendo desse modo eu também vou me compreendendo
e evoluindo enquanto ser social e Partícula Divina a transcender. Desde sempre
busquei o teatro (e as Artes em geral) como ferramenta para meu
autoconhecimento e de interação com o mundo. E o Teatro, como todas as manifestações
artísticas servem para isso: domesticar o espirito, sensibilizar o individuo,
torná-lo maleável, íntegro, remexer a inteligência e transcender a forma.
Katiuscia de Sá
15 de outubro de 2013, 14:48h.
Nenhum comentário:
Postar um comentário